Morte de Leonardo Da Vinci

Neste artigo, vamos falar do falecimento do gênio Da Vinci, ocorrida em 2 de maio de 1519.

A Morte de Leonardo

Hoje em dia muitos críticos duvidam da veracidade do relato de Vasari acerca da morte de Leonardo: parece-lhes ser apenas um quadro, uma pintura ou peça teatral adrede montada para impressionar, aquele fim solene com o artista cercado por seus discípulos e, o que é ainda mais impressionante, encerrando sua existência terrena nos braços do rei de França.

Talvez isso seja, pensam os críticos, apenas uma aproximação inconsciente feita por Vasari daquela outra morte famosa que se tornou tema da pintura: a do filósofo grego Sócrates, que disserta de maneira sublime acerca da vida presente, pouco ante de ingerir o veneno fatal imposto pelos morte, da vida futura, da justiça divina e do sentido dessa nossa seus ingratos concidadãos.

Mas isso pouco importa, visto que os críticos às vezes gostam de destruir nossas ilusões apenas a fim de entristecer-nos e diminuir em nossos corações aquilo que neles sobrevive de renascentista: nosso entusiasmo e amor pela arte. Podemos concluir que de qualquer modo morte de Leonardo foi realmente grandiosa, digna de sua vida, visto que causou a mais profunda comoção entre todos que o conheceram e no mundo da cultura intelectual, das letras e das artes.

Ele também morreu no exílio, corno Dante Alighieri, sendo, porém, ao contrário daquele, apenas indiretamente vítima da ingratidão de Florença.

O poeta alemão Goethe, em seus estudos italianos, compara graciosamente a arte da renascença com o céu estrelado ora visto a olho nu ora visto sob aproximação das lentes de um telescópio, ou quiçá mediante uma viagem imaginária: de longe, afirma Goethe, divisamos apenas esta ou aquela estrela de primeira grandeza e algumas constelações; mas, quando nos achegamos, todo o céu deverá brilhar sob o esplendor de numerosos astros e fogos fátuos sem fim; assim, cada cidade da Itália, cada distrito, mesmo o mais obscuro e geograficamente insignificante, guarda em suas igrejas, palácios, antigas residências senhoriais, galerias e museus, ou até mesmo ao ar livre, alguma obra prima produzida pelo espírito fecundo da renascença. Assim também é a vida de Leonardo da Vinci.

À distância, ou encarado sob o prisma detestável dos clichês, ele nos parece ser apenas o autor de algumas obras primas encerradas nos museus; e as fileiras intermináveis à turistas apenas parecem confirmar a banalidade daqueles clichês; a Mona Lisa, por exemplo, recebe de quando em quando a critica de que "é uni quadro muito pequeno'; de fama desproporcional, portanto.' e não poucos se dispõem a conhecê-la, e a outras obras de Leonardo, apenas com a finalidade confessa de "estar ao corrente dos mais importantes acontecimentos culturais", servindo-se para isso das mais modernas máquinas fotográficas e dos mais bem reputados manuais de história da arte.

Tudo isso, entretanto, não afeta a grandeza de Leonardo, e se nos aproximamos dele na última cena de sua vida maravilhosa, vamos confirmar toda a legenda: essa vida também deve brilhar com o esplendor de mil constelações.

Quando morreu Leonardo Da Vinci

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