Biografia Leonardo da Vinci

Resumo de Vida e Obra de Da Vinci
Bem vindos ao portal Biografia de Leonardo da Vinci!
Site totalmente dedicado ao gênio da Vinci.

Leonardo da Vinci (1453 - 1519), nascido em Florença, Itália, foi um dos maiores gênios que já existiram.

Ele se interessou por praticamente todos os campos de conhecimento humano, abrangendo as mais diversas ciências, além de ser um exímio artista, escultor e pintor da mais alta categoria.

Ainda hoje o mundo inteiro admira seus inventos, esboços e projetos de todo tipo, e seus quadros maravilhosos, como a Santa Ceia e a Mona Lisa.

Neste site, nos dedicaremos a estudar toda a vida e obra de Leonardo da Vinci.

"O objetivo mais alto do artista consiste em exprimir na fisionomia e nos movimentos do corpo as paixões da Alma" , Leonardo Da Vinci.

Vida e Obra de Da Vinci

  1. Quem foi Leonardo da Vinci
  2. As origens de Leonardo
  3. Educação artísticas de Da Vinci
  4. Como Leonardo da Vinci aprendeu a desenhar
  5. A mente do Gênio
  6. Engenharia, Ciência e Invenções
  7. Ludovico Sforza e a cidade de Milão
  8. Os olhos e as Artes visuais
  9. Anatomia e Experimentos científicos
  10. A Santa Ceia
  11. Homossexualismo
  12. Retorno para Florença
  13. Mona Lisa (A Gioconda)
  14. Briga acirrada: Michelangelo x Da Vinci
  15. Espiritualidade
  16. Impressionismo
  17. Vida Nômade
  18. Roma e César Bórgia
  19. França
  20. Renascença e Humanismo
  21. Morte
  22. Tratado da Pintura
  23. Escritos, textos, poesias e sonetos
  24. A Alma sensível de Leonardo
  25. Inventos e Máquinas

Invenções e Máquinas de Da Vinci

Dentre outros projetos curiosos e bizarros, pelo menos ara sua época, o final do século XV e começo do século XVI, Leonardo da Vinci possui um, particularmente curioso: o da máquina voadora, um aeroplano primitivo: seu insucesso, já que o projeto não foi levado adiante, apenas serve para realçar a glória de Leonardo também nesse campo.

Leonardo e as Máquinas

Leonardo da Vinci sonhava com máquinas.

É claro que não se tratava do mesmo sonho claro de um inventor moderno: no estágio de desenvolvimento em que se encontrava a ciência e particularmente a mecânica de seu tempo, isso era impossível.

Tampouco Leonardo era afeito à severa disciplina e à investigação metódica de um Roger Bacon, nem concebeu um plano de domínio da natureza tão claro como o de Francis Bacon, por exemplo.

Leonardo, aliás, nem mesmo conseguiu levar a cabo, sempre impelido nesta ou naquela direção, todos os projetos mecânicos a que dava início. Por outro lado, é pena que Leonardo não tenha pesquisado a fundo tudo o que a literatura medieval e romana da época antonina tinha preservado em termos de máquinas e engenhos diversos.

É possível que, a partir dessa literatura, ele tivesse aperfeiçoado, ainda mais as suas catapultas, minas, bombardas, canhões, ap-relhos de sítio e balistas.

O mesmo pode ser dito com respeito às suas máquinas hidráulicas: invenções chinesas como o monjolo e o tear hidráulico o teriam encantado e servido de estímulo para o seu impulso criador, o processo chinês de impressão sobre papel e de fabricação da pólvora também lhe teriam interessado.

Capacidade de Inventar de Leonardo

Entretanto o que desperta a mais sincera e profunda admiração da posteridade ao estudar a obra dita científica de Leonardo da Vinci é a inteligência, a variedade e ambição latente nos seus projetos e nos seus inventos quaisquer que sejam.

E o fato que muitos desses projetos foram considerados simplesmente fantásticos e inexequíveis não diminui absolutamente seu significado enquanto ensaios nascidos da inventividade de um gênio.

Acreditamos que Leonardo se apresenta, na verdade, como um visionário no estilo de Júlio Verne: em meio à obscuridade dos dados biográficos chegaram até nós, podemos pressentir que pela mente brilhante de Leonardo passava a travessia de continentes inteiros.

Passava o tráfico fantástico de veículos ainda mais fantásticos entre os planetas; viam-se cidades flutuantes ou submarinas, moradas e fábricas subterrâneas, túneis de dimensão inimaginável, e, sobretudo, máquinas poderosas, capazes de extrair as forças da natureza a fim de transformar essa mesma natureza.

Enfim, para Leonardo, talvez mais que para qualquer outro grande renascentista, até mesmo Leone Battista Alberti, "o homem é o ministro e o intérprete da natureza".

Mas essa interpretação ocorre da maneira mais curiosa: ela não é racional, simplesmente, não se baseia no cálculo matemático, apesar das simpatias de Leonardo por essa ciência, e apesar de toda a sua admiração pela perspectiva de Brunelleschi e a geometria de Leone Battista Alberti.

Ao contrário, toda a ciência de Leonardo, mesmo quando ele desenha seus veículos e armas de guerra, mesmo quando ele planeja e consegue abrir canais e drenar pântanos a fim de mudar a paisagem da Lombardia, possui sempre algo de misterioso, de secreto, de inesperado.

Algo que, no seu sentido mais profundo, ultrapassa em muito os resultados do cálculo matemático. A ciência de Leonardo lembra os estudos de Goethe sobre a natureza da luz, ou seja, uma mistura de apenas alguns ou até mesmo nenhuns acerto propriamente científico, com uma poesia universal.

Leonardo se assemelha àqueles alquimistas medievais, com seus planos quiméricos e suas conversas diretas com a natureza; se o pintor da Mona Lisa fosse menos sereno e concentrado em si mesmo, menos dotado de riqueza interior e de concepções artísticas, acreditamos que ele teria feito como Ben-venuto Cellini, isto é, ido à arena arruinada do Coliseu, nalguma noite escura, a fim de evocar os espíritos infernais, e apavorar-se Perante a investida deles.

Outros, porém, eram os espíritos que assombravam Leonardo da Vinci: ele não podia se conformar às limitações de força, de duração e de movimento do homem; pareciam-lhe demasiado estreitos os limites dentro dos quais o rei da criação vivia: por que não possui o homem força ilimitada, que lhe permita o domínio pleno da natureza em torno dele?

Por que ele não vive para sempre, nem tampouco consegue voar?

A máquina voadora

Voar! Este foi para o homem, desde que ele povoa a face da terra, seu sonho mais inalcançável e a causa da sua maior frustração.

Torna-se bastante difícil para nós imaginar, hoje, todo o peso dessa limitação nos milênios que precedem a invenção das nossas modernas máquinas de voar: desde os contos e os relatos imaginários mais antigos, desde os escritores gregos como Luciano, que anteciparam Júlio Verne e transportaram o homem à Lua e aos planetas, fazendo-o alçar vôos imaginários da mais alta envergadura, até os sarracenos com seus tapetes voadores e seus projetos efetivos de mecanismos que jamais foram postos em prática, não se apresentou desafio mais instigante aos olhos do homem inventor.

Daí surge a importância do esboço de Leonardo da Vinci para um aparelho voador, um engenho mais pesado que o ar e capaz de libertar, finalmente, o homem das suas pesadas amarras terrestres.

É pena que Leonardo não tenha conhecido e nem sequer concebido o balão que subiu aos céus de Lisboa, no início do século XVIII, por obra do padre voador, o brasileiro Bartolomeu de Gusmão.

Tampouco temos certeza de que Vasari nos fala mesmo de balõezinhos de brinquedo; qual não teria sido a impressão do grande gênio italiano se tivesse tido o privilégio de testemunhar a subida do primeiro aeróstato, a célebre passarola, como teve seu conterrâneo, o futuro Papa Inocêncio XIII!

Máquina voadora invenção de Máquina de voar de Leonardo Da Vinci

Invenções da Leonardo Da Vinci
"Helicóptero" de Da Vinci

Morcegos inventores

O plano de Leonardo, entretanto, era baseado no princípio físico do planador, isto é, tratava-se de uma dedução direta do mesmo principio que serve ao voo dos pássaros, cuidadosamente observado pelo grande intérprete da natureza. É possível, ainda, que o morcego, aquele ser misterioso, anfíbio entre o mamífero e os pássaros, e que sempre despertou nos espíritos mais simples um sentimento misto de terror e admiração, também tenha servido como fonte de inspiração para Leonardo da Vinci.

As asas arqueadas do "ratinho careca" dos franceses bem podem ter merecido um estudo cuidadoso de quem, aliás, se comprazia em ornamentar lagartos a fim de pregar peças nos amigos.

De qualquer modo, o morcego ocupa um lugar conspícuo no rol das tentativas e dos sonhos de voar próprios do homem da renascença; prova disso é a narrativa pitoresca de Benvenuto Cellini acerca de seus projetos de fuga da prisão no sombrio Castelo de Santo Ângelo, projetos esses que envolviam o morcego:

"Esse homem", isto é, o próprio carcereiro chefe, certa personagem tresloucada, "começou a me interrogar acerca do meu modo de fuga: ao qual eu disse que, tendo considerado os animais que voam, e querendo imitar com arte o que eles tinham recebido da natureza, não havia nenhum que pudesse ser imitado, exceto o morcego"; foi então que o carcereiro, dando livre curso aos seus próprios sonhos de voar, concordou entusiasmado com a afirmativa de Cellini, o qual prosseguiu com sua modéstia habitual: "Eu lhe disse que, se ele me desse liberdade para isso, bastava-me voar até Prato, fazendo para mim mesmo um par de asas de cambraia encerada".

Naturalmente nada existe de científico na estranha proposta de Cellini, que acabou fugindo mesmo da sombria prisão, é verdade, mas empregando a velha e boa corda feita de lençóis que todos nós conhecemos.

O curioso episódio, entretanto, serve para nos dar uma ideia da extensão e importância que o sonho de voar possuía entre os renascentistas, e do significado profundo que, por isso, tem para nós o esboço de Leonardo: este último não construiu o aparelho almejado, mas soube alçar vôos muitíssimo mais altos do que podemos imaginar.

Invento de Leonardo Da Vinci
A asa lembra a de um morcego

A alma sensível de Leonardo Da Vinci

Psicologia Feminina

Aqui nos deparamos, mais uma vez, com o encanto de Leonardo pela cabeça humana; não, aliás, como simples objeto de prazer estético, como tinham feito os gregos em seu cânon artístico, mas como a morada da alma.

Leonardo vê nessa mente um tesouro de infinitas possibilidades, e jamais se cansa de falar do rosto e da cabeça porque eles são a fachada daquela morada, sendo o olho a janela.

Essa atitude traz à tona, novamente, o que existe de feminino em Leonardo; aquilo que um de seus admiradores mais refinados e filosóficos, Taine, fez questão de destacar como um dos traços marcantes do gênio de Leonardo.

Para Taine, Leonardo era dotado de uma sensibilidade diferente, mesmo em comparação com outros artistas e, mais ainda, em comparação com os temperamentos belicosos que o rodeavam.

César Bórgia, o Marechal de Chaumont, e mesmo Ludovico Sforza e o próprio rei Francisco 1 parecem demasiado viris se comparados à alma delicada do artista, que se comprazia em caprichos e fantasias inacessíveis ao pensamento daqueles homens.

Leonardo sempre amou as diversões mais originais, mais engenhosas, dir-se-ia mesmo infantis que se possa imaginar: não tinha ele, enquanto se dirigia a Roma a fim de encontrar Leão X, construído estranhos brinquedos, quiçá balõezinhos em forma de animais, corpos levíssimos que voavam ao sabor do vento e caíam por terra quando este cessava?

Não tinha ele capturado um grande lagarto, e, após adaptar sobre o seu corpo escamas de outros lagartos esfolados, as quais pareciam tremer ao menor movimento do animal, não o tinha recoberto de prata viva, ao mesmo tempo ajustando ornamentos nos seus olhos e dotando-o de cornos e de barba.

Não tinha ele excogitado tudo isso apenas a fim de se regozijar quando via fugir seus amigos assustados?

Noutra ocasião, o autor de Tratado da Pintura, espalhou bexigas vazias num aposento contíguo ao seu, de onde, escondido, fez encher pouco a pouco de ar as bexigas, mediante um mecanismo secreto.

Isso aconteceu quando a sala estava ocupada por várias pessoas que, intrigadas, tiveram que retirar-se por falta de espaço. Esses divertimentos narrados por Vasari nos dão uma ideia da originalidade fantástica e da faculdade que apenas o gênio possui de pairar acima da seriedade da vida; já se disse que somente a mediocridade jamais ri.

Leone Battista Alberti

Por outro lado, o Tratado da Pintura, com toda a sua riqueza de detalhes e o seu maravilhoso senso estético, um livro que aborda a questão da natureza da própria pintura, da formação artística dos que a cultivam, da diferença entre pintura e escultura, entre pintura e poesia, entre pintura e música.

Esse livro que descreve toda a anatomia do olho humano e disserta sobre os mais diferentes tipos de paisagem, sobre as mais variadas reações resultantes da mistura das cores e da incidência da luz, que analisa com extremo cuidado as proporções dos corpos e as relações entre as superfícies, essa obra prima do gênero, enfim, não é original.

Porque já antes de Leonardo outro gênio da renascença, Leone Battista Alberti, também ele dotado de multifacetada cultura e finíssima sensibilidade, tinha composto um precioso manual sobre o mesmo assunto, em latim, intitulado "Da Pintura".

É claro que isso não diminui absolutamente o valor da obra de Leonardo; a fonte original, porém, deve ser reconhecida: praticamente todos os temas apresentados no Tratado da Pintura de Leonardo já tinham sido abordados por Leone Battista Alberti no seu latim elegante e pitoresco.

Alberti é, ele também, um homem universal, típico da renascença, e contribuiu muito para os estudos de perspectiva promovidos por Piero della Francesca e o'próprio Leonardo; muito das concepções que vemos aflorar no famoso desenho de Leonardo provém dos estudos de Leone Battista Alberti.

Tudo isso serve para provar a vitalidade quase inacreditável da renascença italiana; o ideal humanista não era exclusivo deste ou daquele indivíduo, desta ou daquela cidade ou comuna; nem pertencia esse ideal, tampouco, a determinada classe social; caso contrário não seriam vistos aqueles agrupamentos numerosos defronte aos quadros de Leonardo, nem apareceriam homens semelhantes ao próprio Leonardo, como é o caso de Leone Battista Alberti.

Escritos de Leonardo

Além de pintar, Leonardo escreveu, e muito, sobre os mais diversos temas, como veremos neste artigo de nossa biografia.

Escritos e Obras de Leonardo Da Vinci

Tendo seu gênio voltado para as artes plásticas, sobretudo, Leonardo da Vinci escreveu relativamente pouco; seus cadernos de anotações, aliás, os famosos cadernos com a escrita invertida, são numerosos, é verdade, mas por seu próprio caráter criptográfico ti-veram efeito quase nulo sobre a literatura de seu tempo.

Além disso, a inquietude e universalidade de seu pensamento se expressou de maneira resumida, é verdade, porém incisiva, na sua amada pintura; ele deverá considerar sempre, malgrado seus impressionantes projetos esculturais, a pintura como representante máxima do sentido artístico do homem.

Tudo que contribui para a formação e o enriquecimento da arte pictórica, mesmo o objeto ou recurso mais insuspeitado, deverá interessar sobremaneira Leonardo; ele cultiva ou educa de tal modo o órgão da visão, que acabamos por nos confundir e não sabemos, ao estudar sua vida, até que ponto ele mesmo via o mundo como nós mesmos, ou, ao contrário, enxergava tudo sob uma lente própria, original, produzida por sua sensibilidade artística extremada e sua curiosidade sem fim.

Mas o pouco de escrito que recebemos de Leonardo é bastante instrutivo do seu caráter e temperamento. Aliás, com exceção de alguns sonetos dispersos, vagas reminiscências de sua própria vida e de seu ideal artístico, sonetos esses talvez ainda um tanto quanto desajeitados e de modo algum perfeitos como os de Michelangelo, o que temos de Leonardo é apenas o Tratado da Pintura.

Um traço comum entre os dois grandes artistas, entretanto, é a melancolia, a forte inclinação para um vago desânimo diante do espetáculo da vida e diante dos ideais da arte.

As semelhanças, todavia, param por aí: porque Leonardo jamais é tão dramático, tão radical em seus juízos quanto Michelangelo; o pintor da Mona Lisa jamais pensou em trancar-se num quarto a fim de morrer de fome, nem tratava o papa de um modo tal que nem o rei de França ousaria; essa atitude era típica do famoso pintor da Capela Sistina em Roma.

Um testemunho interessante da diferença de temperamento entre os dois artistas também pode ser encontrado no modo como eles tratavam a paisagem. Leonardo, sempre curioso e mergulhado nos seus sonhos de refinamento estético, nos mostra paisagens alpinas atrás da Mona Lisa, montanhas mergulhadas na luz misteriosa do esfumado, ou campinas e encostas recobertas de flores delicadas e que ainda exalam seu perfume através dos séculos.

Michelangelo, por sua vez, dispõe apenas de algumas  poucas flores ou grama, ao fundo de seus quadros, e não quer contar-nos nenhuma história  através da paisagem; toda a sua história esá concentrada nas personagens temáticas, o fundo é representado por rochas nuas na paisagem desolada; ou até mesmo, como no caso do Tondo Doni da Galleria degli Ufizzi, por um grupo desnudo, em contraste com o tema.

Soneto de Da Vinci

Vejamos, entretanto, um soneto de Leonardo:
"Aquele que não pode o que quer, deve querer o que podePorque querer o que não se pode é loucuraO sábio, portanto, deve fazer-se um preceito de afastar sua vontade daquilo que ele não pode alcançarO homem não deve mais querer sempre o que podeMuitas vezes uma coisa parece doce, e depois se torna amargaJá chorei por ter alcançado algo que desejava".

Lamentar-se um homem dessa natureza não por ter sido frustrado nos seus intentos, mas, ao contrário, por tê-los realizado!

Talvez esse descontentamento com a própria perfeição seja um dos motivos de Leonardo ter deixado incompletos tantos de seus trabalhos; mas essa é também uma fonte de encanto.

Asim como a Vênus de Milo talvez não fosse tão sedutora se dispusesse de seus braços, também aquelas obras de Leonardo poderiam não ter o mesmo encanto caso fossem acabadas; o esfumado é o que lhes confere originalidade quando confere ao espectador a tarefa de completar pela força da imaginação o esboço que lhe é apresentado.

A língua vulgar ou Vernáculo

Tratado da Pintura, é o escrito de Leonardo que resume da maneira mais clara e incisiva a  a corrente de suas ideias sobre a arte.

Ele o escreveu em Italiano, a língua vulgar, como Dante tinha escrito seu memorável poema e Cellini a Autobiografia não menos memorável.

O fato não nos surpreende se consideramos que Leonardo era demasiado moderno, inovador, curioso e inquieto para apegar-se à  tradição humanista de escrever em latim; ele não ama as citações, conto nós, nem tampouco se prende à disciplina acadêmica.

Não podemos, de modo algum, imaginar o grande artista ocupando uma cátedra universitária terminando calmamente seus dias como lente aposentado, após proferir longas e quiçá tediosas aulas a gerações de alunos.

Ao contrário, como tantos outros nomes significativos da renascença, Leonardo anda aqui e acolá em busca de seus mecenas, de seus discípulos e da perfeição de sua arte; ele não se atém a nenhum cânon artístico, exceto o da beleza, e não dá origem a uma escola no sentido de Rafael e Michelangelo.

Os imitadores de Leonardo são poucos, nem se ressentem de qualquer influência esterilizadora, salvo algumas poucas exceções; Berenson jamais poderia dizer dele, como disse de Michelangelo, que:
"ele deveria ter morrido aos quarenta anos", poupando assim a arte italiana de um influxo prejudicial.

Tampouco encontramos no escrito de Leonardo qualquer atitude pedante e excessivamente didática ou acadêmica; ele apenas faz sugestões, apenas nos transmite conselhos preciosos sobre as mais diversas questões artísticas.

Seu objetivo é o de conduzir e estimular o prazer da criação, sem se deixar seduzir pela própria grandeza e sem permitir que qualquer esnobismo aflore no texto.

Ao contrário, a poesia vem ao nosso encontro, a cada momento, durante a leitura do Tratado da Pintura; leitura original, aliás, que pode e deve ser feita quase ao acaso, sem urna ordem deter-minada, visto que o estilo é o da conversação, que recai ora sobre este ora sobre aquele tema, sem obedecer a um plano rigoroso.

Vejamos um desses momentos de poesia, quando Leonardo exalta a faculdade criadora do pintor.

"O pintor é dono de todas as coisas que possam incidir no pensamento do homem; porque, se ele deseja contemplar belezas que o enamoram, ele é bem capaz de dá-las à luz e se quer ver coisas monstruosas, que espantem, ou que sejam próprias de bufões e risíveis, ou ainda provoquem compaixão, ele é senhor e criador delas. E se quer gerar sítios desertos, lugares um-brosos ou frescos durante a estação quente, ele lhes dá forma, assim como a lugares quentes durante a estação fria. Se quer vales ele for-ma sua semelhança; se quer divisar campos abertos desde os cumes elevados das montanhas, e se quer depois contemplar o horizonte do mar, ele é senhor disso; e assim também se desde os baixos vales quer ver os montes nas alturas ou, das cirnas daqueles montes, ver-as baixadas e as praias"; fascina-o a capacidade do artista, portanto, de criar o que primeiro estava nas profundezas de sua mente. 

Poesias e sonetos de Da Vinci

O Tratado da Pintura

Neste artigo de nossa Biografia de Da Vinci, vamos estudar sobre uma importante contribuição de Leonardo para, especificamente, o estudo da arte, o Tratado da pintura.

Tratado da Pintura

Dotado de um gênio universal, Leonardo se preocupou, também, com o aspecto filosófico e didático da sua arte favorita: a pintura.

Foi assim que ele compôs seu grande e justamente famoso Tratado da Pintura, no qual ele discute os fundamentos dessa arte, faz análises filosóficas sobre a natureza dela, divide-a cuidadosamente em suas partes constitutivas, estuda sua formação a partir da observação do espetáculo contínuo que é oferecido ao olho humano pelo mundo envolto em luz, trabalha a teoria das cores, dá conselhos práticos aos diletantes, aprendizes e aos artistas de outras áreas que se interessam pela pintura, esmiúça as diversas paisagens que encontramos ao percorrer a superfície da terra, ilustra com desenhos variados e instrutivos as funções do olho, disserta acerca da posição de cada membro do corpo na composição de um quadro, compara as mais diferentes figuras da fauna e da flora entre si e em comparação com o homem, avalia os efeitos da distância, da névoa, da claridade e da obscuridade sobre a superfície pintada, acompanha com extrema sensibilidade todos os movimentos do corpo vivo quando vestido e quando desnudo, percorre, enfim, os campos infinitos da arte com o bom gosto e o tato de um génio autêntico.

Por isso, embora a concepção original de um manual de pintura 110 tios eleva,lo acutilo pertença a Leone Battista Alberti, autor do "Da Pintura", a obra de Leonardo possui o mais elevado mérito.


Trattato della Pittura
Tratado da Pintura (Trattato_della_Pittura)

Morte de Leonardo Da Vinci

Neste artigo, vamos falar do falecimento do gênio Da Vinci, ocorrida em 2 de maio de 1519.

A Morte de Leonardo

Hoje em dia muitos críticos duvidam da veracidade do relato de Vasari acerca da morte de Leonardo: parece-lhes ser apenas um quadro, uma pintura ou peça teatral adrede montada para impressionar, aquele fim solene com o artista cercado por seus discípulos e, o que é ainda mais impressionante, encerrando sua existência terrena nos braços do rei de França.

Talvez isso seja, pensam os críticos, apenas uma aproximação inconsciente feita por Vasari daquela outra morte famosa que se tornou tema da pintura: a do filósofo grego Sócrates, que disserta de maneira sublime acerca da vida presente, pouco ante de ingerir o veneno fatal imposto pelos morte, da vida futura, da justiça divina e do sentido dessa nossa seus ingratos concidadãos.

Mas isso pouco importa, visto que os críticos às vezes gostam de destruir nossas ilusões apenas a fim de entristecer-nos e diminuir em nossos corações aquilo que neles sobrevive de renascentista: nosso entusiasmo e amor pela arte. Podemos concluir que de qualquer modo morte de Leonardo foi realmente grandiosa, digna de sua vida, visto que causou a mais profunda comoção entre todos que o conheceram e no mundo da cultura intelectual, das letras e das artes.

Ele também morreu no exílio, corno Dante Alighieri, sendo, porém, ao contrário daquele, apenas indiretamente vítima da ingratidão de Florença.

O poeta alemão Goethe, em seus estudos italianos, compara graciosamente a arte da renascença com o céu estrelado ora visto a olho nu ora visto sob aproximação das lentes de um telescópio, ou quiçá mediante uma viagem imaginária: de longe, afirma Goethe, divisamos apenas esta ou aquela estrela de primeira grandeza e algumas constelações; mas, quando nos achegamos, todo o céu deverá brilhar sob o esplendor de numerosos astros e fogos fátuos sem fim; assim, cada cidade da Itália, cada distrito, mesmo o mais obscuro e geograficamente insignificante, guarda em suas igrejas, palácios, antigas residências senhoriais, galerias e museus, ou até mesmo ao ar livre, alguma obra prima produzida pelo espírito fecundo da renascença. Assim também é a vida de Leonardo da Vinci.

À distância, ou encarado sob o prisma detestável dos clichês, ele nos parece ser apenas o autor de algumas obras primas encerradas nos museus; e as fileiras intermináveis à turistas apenas parecem confirmar a banalidade daqueles clichês; a Mona Lisa, por exemplo, recebe de quando em quando a critica de que "é uni quadro muito pequeno'; de fama desproporcional, portanto.' e não poucos se dispõem a conhecê-la, e a outras obras de Leonardo, apenas com a finalidade confessa de "estar ao corrente dos mais importantes acontecimentos culturais", servindo-se para isso das mais modernas máquinas fotográficas e dos mais bem reputados manuais de história da arte.

Tudo isso, entretanto, não afeta a grandeza de Leonardo, e se nos aproximamos dele na última cena de sua vida maravilhosa, vamos confirmar toda a legenda: essa vida também deve brilhar com o esplendor de mil constelações.

Quando morreu Leonardo Da Vinci

Renascença, Cultura Provençal e Humanismo

Neste artigo, vamos falar sobre a Renascença, cultura provençal e humanismo, na vida do gênio Leonardo Da Vinci.

Cultura Provençal e Humanismo

Em certo sentido, podemos dizer que a renascença começou e terminou na própria França: o movimento literário conhecido como poesia provençal pode ser visto como aquele início, enquanto o maneirismo, magnificamente representado em Fontai-nebleau, seria o final.

Não nos esqueçamos que, ainda em plena idade média, as relações entre os dois países, França e Itália, já eram especiais; o famoso Francisco de Assis, por exemplo, teria tomado aos vizinhos muito mais que seu próprio nome: deles lhe teria vindo a inspiração dos romances de cavalaria e o espírito poético no relacionamento com os homens e com a natureza terrena e celeste.

Nos livros tradicionais franceses, com suas coleções de crônicas fantásticas e de contos, Bocaccio teria buscado urna fonte para a criação de sua própria obra; e Dante, ele mesmo, parece ter sofrido forte influência da arte da miniatura, tão característica de Paris.

Na sua Autobiografia Cellini diz que Dante se comprazia em Paris e, além disso, "entendia bem a língua francesa" que ele mesmo, Cellini , havia modestamente "aprendido muitíssimo bem".

Renascença e Humanismo

Essas observações servem para formar a ideia de uma renascença dentro da renascença, isto é, um primeiro movimento humanista no século XIII, que declinou rapidamente até que viesse o outro, este poderoso e duradouro, no século XV.

Em seus finos ensaios acerca do tema, o eminente crítico e esteta inglês Walter Pater, observa que de fato: "A palavra renascença é agora geralmente usada para denotar não apenas o reviver da antiguidade clássica, que teve lugar no século XV, e ao qual a palavra foi aplicada em primeiro lugar, mas todo um complexo movimento do qual o reviver da antiguidade clássica era apenas um elemento ou sintoma".

A renascença constitui, assim, um movimento multifacetado porém unitário em seu espírito; e de acordo com esse espírito o homem renascentista ama as coisas do intelecto e da imaginação por si mesmas; ele concebe a vida de maneira nova, mais suave e agradável; ele estimula em si mesmo e nos outros a busca de novas fontes de prazer estético e da imaginação, ou vai encontrar em seu esconderijo aquelas fontes de que se serviram os antigos.

Daí surge a preferência que tantos poetas e estudiosos da renascença manifestam pela época antonina do Império Romano, com sua melancolia e inclinação para o sonho, com seu amor pelas antiguidades gregas, etruscas e mesmo romanas, com seu vago anseio por novas sensações provenientes  religiosos  orientais, egípcios e sírios sobretudo.

Percebemos às vezes um exercício intelectual em Leonardo da Vinci que se aproxima, estranhamente, da antiga arte da adivinha ao, que tinha, florescido naquele mesmo solo da Toscana sob os etruscos; daí, dessa energia imaginativa tão própria dos renascentistas, provém aquele desejo insaciável de realizar novas experiências, e encontrar novos temas de poesia, novas formas de arte.

Quando o Papa Nicolau V projetou seriamente a restauração da cidade de Roma no seu antigo esplendor, quando Leone Battista Alberti estudou com maravilhosa riqueza de minúcias a disposição da arquitetura das ruínas, ou ainda quando Benvenuto Cellini foi evocar os espíritos na arena do Coliseu, eles apenas obedeciam àquele impulso; toda a pintura de Leonardo representa a história daquele mesmo impulso.

Quantas descobertas importantes da renascença foram feitas como que por acaso, simplesmente a partir do entusiasmo dos estudiosos! Como encontramos associados neles, o exercício intelectual mais insípido e didático, a busca da erudição pela erudição, a mais pura disciplina escolástica, e, ao mesmo tempo, os sonhos mais grandiosos, as concepções mais ousadas, uma incrível capacidade de empreendimento!

Biografia de Leonardo Da Vinci


Lourenço, o Magnífico

Por isso, só nos é possível compreender um pouco do gênio universal de Leonardo da Vinci se conseguimos enxergá-lo no cenário que o emoldura: na renascença da qual Florença e Milão formam dois epicentros, é verdade, mas que a França vem completar pela influência duradoura da poesia provençal sobre a literatura italiana do final da idade média, e pela sensibilidade artística de Luís XII e muito mais de Francisco I, "aquele rei tão maravilhoso”, como diz Benvenuto Cellini, e que tanto admirou, protegeu e amou Leonardo.

Quiçá esse amor fosse um resquício distante, refinado e platônico do amor cantado pelos trovadores provençais: não tinham eles criado uma nova poesia, dotada de intimidade e liberdade, capaz de oferecer ao coração uma variedade quase infinita de temas?

Aqueles trovadores, não saudavam eles a variedade de objetos vistos nos recessos do coração humano? Se Leonardo não foi um escritor, um poeta no sentido estrito do termo, se ele finge, e apenas finge desprezar a poesia, seu temperamento não nos parece menos romântico, seja pelas peripécias de sua vida aventurosa, seja pelos mergulhos que ele faz nas profundezas da arte.

É possível que, em Amboise, já envelhecido e tocando o limiar da morte, ele tenha meditado sobre os versos de seu conterrâneo e príncipe dos mecenas, Lourenço o Magnífico:

  • "Como é bela a juventude / Todavia como escapa! / Quem quer ser feliz, que o seja / Do amanhã não se tem certeza!".

Leonardo Da Vinci vai para França

A França

O intercâmbio cultural entre a Itália e a França foi intensificado a partir do século XIII.

Intelectuais italianos do porte de Dante e Tomás de Aquino não apenas estudaram em Paris, mas também absorveram a fundo a cultura original que lá se desenvolvia, naquela região intermediária entre as províncias flamengas e a própria Itália.

Além disso, o espírito da poesia trovadoresca, de provável origens sarracena, se espalhou por toda a península, levando os seus "cantares" aos mais remotos rincões; isso, juntamente com a formação paulatina de uma língua nacional, popular e literária, em ambos os países, estimulou suas relações recíprocas.

No final do século XV e começo do século XVI, quando já estava formada a monarquia nacional francesa, sob o regime da "terceira raça", a prestigiosa dinastia de Valois, essas relações se condensaram em disputas dinásticas por um lado, com reivindicações francesas sobre a Lombardia, e, por outro lado, nas mais profícuas trocas em termos culturais.

O rei Francisco I se mostrou um soberano generoso e admirador incondicional da cultura italiana, o que muito influenciou a vida de Leonardo em sua última fase.

Rei Francisco I

O relacionamento de Leonardo da Vinci com a refinada corte francesa remonta aos primeiros tempos de Milão, quando o artista conheceu o rei Francisco I, senhor de um gosto refinado e mecenas da mais alta categoria, que admirava profundamente a cultura renascentista italiana, era colecionador de obras de arte, humanista e amante dos livros, e assim enriqueceu as bibliotecas e os palácios de França.

Além disso, ele promoveu a grandeza do país, disputando a primazia no continente europeu com Carlos V. Em sua Autobiografia, Benvenuto Cellini não economiza elogios dirigidos ao soberano francês, que era capaz recompensar os autores de belas obras de arte com pensões generosas ou ricas prebendas, além de títulos nobiliárquicos e a sua honrosa amizade.

O rei também era condescendente e afável,  se  dignando dar conselhos acerca de empreendimentos artísticos, ou ouvir com atenção as opiniões de diletantes e especialistas a respeito desse assunto.

Embora notemos algum exagero na afirmativa de Benvenuto Cellini, de que o rei confessou: "Jamais vi outro homem desta profissão", quer dizer, um artista, "que me agrade mais, ou mereça mais ser premiado por isso", referindo-se ao próprio Cellini, é claro, o fato é que Francisco I soube reunir à sua volta uma plêiade de notáveis artistas, sempre falando muitíssimo bem o italiano, como ressalta Cellini a respeito deste ou daquele nobre francês dotado da insigne qualidade.

Com o fim de deleitar-se à distância de sua capital Paris, ou talvez imitando nisso também os italianos que tanto admirava, o rei construiu uma estância dotada de deliciosos parques à volta de um palácio que deveria ser o receptáculo de seu refinamento: Fontainebleau, nome que Cellini traduz em italiano de maneira pitoresca e sedutora aos nossos ouvidos.

Embora esta fosse a sede da corte, o lugar de eleição de Francisco I onde deveriam brilhar algumas obras do renascimento tardio e do início do maneirismo italiano, aquela fase mais delicada e por assim dizer feminina da arte, quando a elegância excessiva e a preocupação com um efeito quase teatral tomou conta da pintura e da escultura, outros palácios são dignos de menção, sobretudo os situados no pitoresco vale do Loire, os quais expressam todo o sentimento de grandeza e de cultura artística e intelectual da nobreza de França.

Destinados, a principio, ao rei Luís XII e seus ministros, aqueles palácios serviram depois, sob Francisco I, de refúgio a muitos artistas vindos da Itália. Blois, Amboise, Gaillon, Chambord, Azay-le-ideau, Chenonceau, são os nomes mais 'expressivos desses re-cantos onde a vida rural e suburbana era artificialmente dotada de todos os confortos imagináveis na época, a fim de oferecer um descanso melhor aos seus chegou obres ocupantes; Leonardo foi estabelecido em Amboise a França.

Castelo Clos Lucé
solar de Clos Lucé, que Rei Francisco deixou a disposição de Da Vinci até sua morte

Roma e César Bórgia

Neste artigo, vamos entender melhor a relação entre Leonardo Da Vinci com a cidade de Roma e o príncipe César Bórgia.
 

Roma e César Bórgia

De Milão Leonardo passou a Roma, a fim de servir César Bórgia.

Mesmo considerando todas as vicissitudes da história contemporânea, custa-nos entender como um homem de tão grande gênio foi reduzido a tratar com e a trabalhar para quem alcançou a reputação de um dos mais cruéis tiranos de toda a história.

Pouco importa, aliás, que César Bórgia também tenha sido chefe militar de primeira linha, ou que tivesse a intenção de unificar a Itália, libertando-a do jugo estrangeiro: o contraste entre esses dois homens é demasiado forte para que possamos omiti-lo ou esquecê-lo de algum modo: é-nos possível imaginar Fídias ou Policleto, aqueles dois luminares da arte grega, junto ao imperador Tibério?

Mas, bem ao contrário deste último, que se desfez em lágrimas ao prever o assassinato de seus netos e o fim da sua estirpe, o filho do Papa Alexandre VI não possuía nenhum ponto fraco, nenhum vestígio de humanidade como os que podem ser encontrados, às vezes, mesmo nos maiores celerados;  sua frieza e inexorabilidade se tornaram proverbiais num sentido negativo, ele é quase tão legendário quanto o próprio Leonardo da Vinci.

Num estudo notável sobre o Bórgia, o escritor francês Paul de Saint Victor, nos lembra que o capitão fez cercar, num acesso de capricho sanguinário, a Praça de São Pedro em Roma, transformando-a numa espécie de arena gigantesca, e lá, vestido de acordo com a ocasião, literalmente caçou seis prisioneiros condenados, a flechadas.

E num requinte de barbaridade o espetáculo foi assistido pelo próprio Alexandre VI, alguns parentes e Giulia Bella, amante de César; outros crimes de César também são horríveis, a ponto de merecer eterno olvido "sob o véu das notas em latim", como os de Tibério.

Para fortuna de Leonardo e da história da arte, esse relacionamento pouco durou; surpreende-nos, apenas, que Leonardo não tenha encontrado nos papas os mecenas que tanto merecia, como Rafael e Michelangelo.

Seria porque o espírito clássico era demasiado forte na cidade, demasiado escultural para favorecer um gênio exclusivo da pintura? Ou demasiado claro para reconhecer o estilo original, algo misterioso e enigmático da pintura de Leonardo, contrário ao que transmitiam os quadros translúcidos de Rafael?

Será que os pontífices consideravam Leonardo, já maduro e a caminho da velhice, ultrapassado em seu estilo, enquanto os outros dois grandes gênios da arte seriam mais atuais? Ainda surpreende o fato de que Leão X, o grande papa da renascença, florentino e Médici de nascimento, humanista perfeito e amante das letras e das artes, famoso por seu lema: "que a língua latina seja considerada como cultivada sob o nosso pontificado", também não tenha conduzido Leonardo a Roma nem o tenha favorecido quando ele já estava lá.

Ao contrário, com seu gosto pela anedota, Vasari nos conta que o papa, tendo feito uma encomenda a Leonardo, ficou perturbado ao verificar que o artista se dedicava ao preparo das tintas, como de costume, nisso perdendo tempo aos olhos do pontífice, que por isso se queixou de que aquele estranho Leonardo "começava por onde os demais artistas terminavam", o que muito desgostou o artista, levando-o a dispensar-se da obra.

César Bórgia
"Retrato de um Cavalheiro" (Cesare Borgia), por Altobello Melone.

Vida Nômade

Gênios são inquietos, principalmente no sentido mental da palavra, tem uma alma e um espírito que se 'coçam' o tempo todo. Não foi diferente com Leonardo.

Vamos aprender sobre uma importante fase de transação na vida do gênio Leonardo Da Vinci.

Leonardo vai para Roma

Muitas vezes a vida dos gênios artísticos é a mais atribulada possível; no caso de Leonardo da Vinci isso também aconteceu.

De retorno a Florença ele não encontrou nada comparável ao patrocínio dos Sforza, embora tenha recebido várias encomendas, algumas das quais resultaram em verdadeiras obras primas, sendo a Mona Lisa a mais célebre.

Destaca-se, também, a Adoração dos Magos, na qual a arte do esboço, do inacabado, das tintas esmaecidas e dos fundos feitos a partir da degradação da luz, tão característica de Leonardo, foi levada à perfeição.

Pintura Adorazione dei Magi


Considerando-se o contraste que existe sempre entre o gênio e o homem comum, é preciso constatar que Leonardo jamais recebeu de sua cidade natal todo o reconhecimento que merecia: esse fator, associado ao seu próprio temperamento inquieto, levou Leonardo a buscar alhures uma fonte de sustento, e de inspiração para sua arte.

Após uma breve estadia em Milão, desta vez pouco produtiva, o artista partiu para Roma; estranhamente, o grande papa da Renascença, o florentino Leão X, também se mostrou indiferente ao gênio de Leonardo, e buscou noutros artistas a resposta para suas demandas.

Vida Ambulante

Já se disse que os humanistas e os artistas da renascença amavam a vida livre, sem amarras de cunho social ou político que os prendessem a um lugar único; as vicissitudes políticas, aliás, aquelas mudanças incessantes do centro do poder, contribuíam em muito para esse tipo de vida.

Muitas vezes os artistas migravam por força das circunstâncias: seus protetores e mecenas uma vez destronados pouco ou nada podiam fazer por eles; era comum, após uma guerra ou uma revolução, ver artistas ou grupos de artistas demandarem outras paragens, mais calmas e propícias ao seu trabalho; ou então, era simplesmente a perspectiva de uma recompensa e de um reconhecimento maior, à altura de seu talento, que impulsionava  essa mudança nos artistas.

Embora Florença somente o grande centro das artes cuja irradiação dominava não somente a Toscana e a Úmbria, mas chegava até à própria Veneza e, em certo sentido, até mais longe, influenciando o desenvolvimento artístico em Roma ao sul e Milão ao norte, e até mais além, a  cidade também estava impregnada por aquele espírito de agitação o e descontentamento republicano, de reivindicações e disputas mais diversas facções e das mais diversas tendências políticas.

Ainda que, com o paulatino enfraquecimento dos imperadores germânicos, tivesse desaparecido a famosa dualidade dos guelfos e gibelinos, sendo uns partidários da Itália, patriotas portanto, e outros partidários do poder imperial, o espírito de facção continuava reinando o por todos os lados.

De quando em quando poderosas famílias de aristocratas alcançavam o poder, tal como aconteceu os banqueiros Médicis em Florença ou os Sforza em Milão, apenas para serem derrubadas mais cedo ou mais tarde por algum rival mais astuto e disposto a tirar proveito de qualquer oportunidade a fim de tomar as rédeas do poder por sua vez.

Algumas vezes essas revoluções representavam verdadeiro desastre para a arte, como podemos verificar no momento da queda dos Médicis em Florença, ou do saque de Roma pelo exército do Condestável de Bourbon, em 1527.

Por outro lado, os próprios artistas muitas vezes se sentiam mal recompensados por seus mecenas, e acreditavam não receber um pagamento à sua altura; fatores diversos, que iam desde dificuldades corriqueiras de caixa até à rede de intrigas que envolvia toda corte, sem esquecer o temperamento variado e o grau de sensibilidade desigual dos mecenas, também causavam insatisfação e levavam os artistas a emigrar.

Em seu relato pitoresco sobre a vida de Leonardo da Vinci, Vasari diz que o artista foi certa vez ao banco, em Florença, a fim de receber o pagamento mensal que lhe devia Piero Soderini; o caixa, entretanto, quis entregar-lhe não o devido, mas somente uns poucos ceitis, de valor insignificante, Leonardo então respondeu altaneiro: "Não sou um pintor de poucos ceitis".

O episódio serve para mostrar-nos, ao mesmo tempo, a mesquinhez com que muitas vezes eram tratados mesmo os maiores artistas, e a quase obrigatoriedade de seus constantes deslocamentos para outras cidades ou países.

Assim, depois de trabalhar em Florença por um bom tempo, Leonardo deverá retornar a Milão, não mais regida pelos Sforza, mas por franceses invasores comandados pelo Marechal de Chaumont, que o acolheu polidamente, envolvendo-o numa atmosfera de admiração e respeito.

Essa segunda estadia em Milão, porém, foi mais breve que a primeira, e não parece ter apresentado resultados artísticos de importância, quiçá por força mesmo da instabilidade política: vem à nossa lembrança, neste momento, alguma ilustração perdida nas brumas do passado, alguma gravura de autor anônimo exposta em livros infantis ou nas enciclopédias, que nos mostra o grande gênio da renascença fugindo da capital da Lombardia em aventurosa cavalgada, sob o manto das trevas, acompanhado de seus fidelíssimos discípulos, tendo a cabeça coberta por um barrete, e a longa barba pendente, que esvoaça ao vento noturno; vêem-se ao fundo, num perfil vago e fantasmagórico, as muralhas de uma cidade que se tornou agora pouco hospitaleira.

Impressionismo

Agora que já falamos sobre a espiritualidade de Leonardo Da Vinci, vamos ler sobre um fascínio de nosso gênio, os 'tipos' de pessoas, e daí vamos entender um pouco mais sobre o impressionismo de Leonardo.

Os Tipos de Leonardo

Leonardo observava com atenção os tipos que encontrava em qualquer lugar, fosse no burburinho das ruas, fosse nalgum palácio ou estúdio, ou mesmo nos mais inesperados lugares e circunstâncias.

Princesas e plebeias, tipos nobres e refinados ou, ao contrário, grosseiros e caricatos, crianças da mais alta extração ou moleques de rua, mercadores e letrados, clérigos de psicologia sutil e brigões do mercado, todos lhe interessavam igualmente e serviam para enriquecer sua notável galeria.

O episódio ocorrido em Milão, quando ele tardou cerca de um ano na entrega da Ceia aos frades dominicanos pelo simples fato de que não encontrava uma cabeça apropriada para o Judas é bastante ilustrativo do gênio de Leonardo.

Seu biógrafo Vasari diz que ele tinha verdadeiro fascínio por cabeças bizarras, emolduradas por barba e cabelo, de tal modo que seria capaz de seguir e observar um tipo assim durante a jornada inteira, a fim de reproduzi-lo fielmente no seu retorno ao estúdio.

Sua memória visual era prodigiosa e estava sempre a serviço do pincel, apresentando como resultado uma abundante coleção de cabeças de homens e mulheres que parecem presentes em carne e osso; nesse sentido merece destaque a cabeça de Américo Vespúcio, o legendário viajante, geógrafo e descobri-dor florentino, reproduzida nos cadernos de desenho do próprio biógrafo.

Outra é a de um velho, um capitão cigano, considerada belíssima e dotada do mais alto poder de expressão; também o esboço da Adoração dos Magos, o mais famoso de quantos saíram das mãos de Leonardo, abunda em cabeças dotadas de desenho e psicologia extraordinária.

Esse esboço pode ser visto em Florença, na Galeria degli Ufizzi, e suscitou toda uma literatura em torno dele, a qual, se é menos abundante que a da Mona Lisa, não é, porém, absolutamente, de menor significado. como salienta um crítico, o alemão Spengler:

  • "Leonardo fala uma linguagem diferente da de seus contemporâneos; em coisas essenciais seu espi-rito alcança o século seguinte; ele não estava, como Miguel Ângelo, atado por todas as fibras de seu coração ao ideal da forma toscana".


Parece-lhe que, enquanto Michelangelo buscava reproduzir com perfeição as superfícies plásticas dos antigos escultores, Leonardo colocava em destaque essas mesmas superfícies, porém num sentido próprio, dir-se-ia fisiológico, que servisse para revelar os mistérios escondidos no interior.

Enquanto o primeiro tencionava traduzir toda linguagem humana no idioma do corpo visível, os esboços de Leonardo manifestam o contrário; o seu famoso esfumado, ainda segundo o crítico, serve para negar os limites do corpo, e apresentar toda a plenitude do espaço.

Até mesmo o impressionismo, quiçá o último grande movimento pictórico do mundo moderno, teria começado no artista florentino Leonardo; e a espiritualidade de seus quadros só encontrava uma expressão justa no inacabado da superfície, naquela "substância cromática colocada como uma espécie de hálito sobre o quadro, o qual se torna propriamente algo de incorpóreo e indescritível".

Aqui, de fato, impressionismo é uma palavra chave, quando se pensa na riqueza de nuances buscada por Leonardo, nas incríveis minúcias a que ele chega a fim de expressar toda a gama de tons e semitons que é possível conseguir no caminho que vai do claro ao escuro, da luz à sombra.

Quando Berenson diz que antes dos pintores impressionistas o contraste entre luz e sombra era abrupto, e não se conheciam as gradações intermediárias, não podemos concordar com o grande crítico; porque Leonardo já tinha descoberto e manejava muito bem seu pincel no estabelecimento daquelas gradações; ele também era capaz de enxergar sombras multicolores, e educar-se a si mesmo e a nós numa visão impressionista da natureza.

Para Leonardo o sentido do corpo não se esgotava em si mesmo; não se tratava apenas de desenhá-lo com perfeição, como tinham feito outros artistas florentinos, mas de evocar os mortos, por assim dizer, exigindo da anatomia que se transformasse em algo vivo e falante, algo que ultrapassasse a limitação material do presente e do palpável.

E mesmo que Leonardo não tenha descoberto a circulação do sangue com finalidades médicas, como o fez Harvey, seus descobrimentos acerca dela não são menos importantes do ponto de vista da história da arte.

Realizados na época dos grandes descobrimentos geográficos, na mesma época, aliás, em que vivia em Florença o famoso mestre Toscanelli os trabalhos de Leonardo nos permitem avaliar seu grande alcance pela própria comparação: Leonardo da Vinci se emparelha com os ousados navegantes e geógrafos de seu tempo, com Américo Vespúcio e Colombo, e o mesmo valor que a bússola tinha para seu legendário conterrâneo genovês, tem para Leonardo o pincel, o cinzel, o bisturi, o lápis e o compasso; seus cadernos de desenho, aquela maravilha máxima da arte humana de registrar o mundo visível, ocupam o mesmo lugar que os diários de bordo de Cristóvão Colombo.

E enquanto o navegante singra os mares, se defronta com mares desconhecidos, paisagens de horizonte imenso e imersas na névoa, cabos de perfil ameaçador e quase humano, guiando-se pelo instrumento da bússola, Leonardo se aventura pelo mundo igualmente fascinante da arte e exibe os mais íntimos segredos da psicologia.

Para ele a fisionomia é a expressão das camadas mais profundas da mente, e o prazer maior do artista consiste em buscar essa mente sob os véus espessos que a envolvem. Na busca incessante de algo novo e inacessível, Leonardo parecia querer libertar a sua própria alma das amarras terrestres, do mesmo modo que libertava os pássaros de suas gaiolas.

Não é casual seu interesse pelas máquinas de voar; e na sua pintura, sobretudo na Adoração dos Magos, ele parece herdar os sonhos místicos dos visionários medievais, que tinham andado pelas regiões montanhosas da Toscana e da Itália central, e para os quais voar não parecia impossível; nessa atmosfera de sonho Spengler se pergunta:

"Ninguém observou como a legenda cristã na pintura ocidental se converteu em uma transfiguração maravilhosa desse motivo? Realmente, nos deixam encantados no estudo da história da arte "todas essas ascensões, todas essas descidas ao inferno, o voar acima das nuvens, as assunções beatificas dos anjos e santos, toda a liberação do peso terrestre, e jamais nos cansamos de observar, seguindo-os passo a passo, os esforços feitos pelos pintores italianos do final da idade média no sentido de afastar-se da rigidez bizantina a fim de encontrar seus próprios caminhos.

Dificilmente podemos avaliar todo o impacto daquela estranha arquitetura da Catedral de Milão sobre o espírito de Leonardo; tratava-se, antes de tudo, de uma flor gótica plantada no solo da península, flor essa tão exótica quanto a outra, esta sarracena, da Catedral de Palermo: ambas parecem, de certo modo, colocadas fora da Itália; são demasiado originais e exóticas; porém, ao mesmo tempo, ambas servem para realçar a elegância e o refinamento para os quais tanto contribuiu o próprio Leonardo.

Vida e obra de Leonardo Da Vinci, biografia, resumo completo

Espiritualidade: Fé e Religião de Leonardo Da Vinci

Qual a religião de Leonardo? Como era a fé do grande gênio ?
Descubra agora, em mais um artigo da Biografia de Leonardo Da Vinci.

Espiritualidade de Leonardo Da Vinci

Entretanto, não podemos nos esquecer da importância que a cabeça humana como o órgão do pensamento, o foco da espiritualidade e de toda psicologia, tem para Leonardo da Vinci.

Desde os tempos do ateliê de Verrocchio ele já demonstrava seu interesse pela anatomia e o desenho perfeito da cabeça, interesse que só fez aumentar mais tarde, estendendo-se para o estudo da formação e expressão geral do rosto e a cor e expressão dos olhos.

Leonardo acredita, por exemplo, que os rostos devam ser idealizados quando o mereçam, a fim de combinar com a alma interior sediada na cabeça; ele adverte o pintor contra os perigos da escolha adrede de rostos afins ao do próprio artista, para evitar o desenho de rostos feios, se acaso for feio aquele artista, o que costumava acontecer entre os últimos representantes da idade média, com seus grotescos: ao contrário, diz Leonardo, se o artista busca a beleza desde o inicio acabará por encontrá-la.

Ele ainda salienta que o objeto da pintura será, sempre, descrever o corpo e a mente; esta última sendo, é claro, de acesso mais difícil, e exigindo a mais cuidadosa observação dos gestos que a representam.

O pintor deve, ainda segundo Leonardo, estudar a gesticulação dos mudos, a mais rica que existe, com o objeto de ler e traduzir tudo aquilo que acontece na mente; os minuciosos estudos sobre a posição e forma do nariz, sobre o arqueado maior ou menor das sobrancelhas, a espessura dos cílios e o desenho da boca indicam aquela preocupação; um traço curioso salientado pelo artista é a relativa facilidade na descrição do feio: a pintura do feio e do grotesco lhe parece bem mais acessível que a pintura da beleza, "o belo pertence a poucos", como afirmavam os antigos sábios.

Michelangelo x Leonardo Da Vinci: Duelo de Gigantes

Após estudar e aprender sobre o quadro mais importante do mundo, o da Mona Lisa, vamos aprender sobre uma fase importantíssima na vida de nosso gênio

Duelo de Gigantes: Michelangelo ou Da Vinci ?

O retorno a Florença ainda proporcionou a Leonardo ocasião para medir-se, ainda que involuntariamente, com Michelangelo, o outro grande gênio filho da cidade que, aos trinta anos, já despontava como estrela de primeira grandeza no zênite da arte renascentista.

A prefeitura da cidade propôs os artistas a ilustração de algum feito militar memorável a de Florença, que servisse à decoração da grande sala do Conselho.

Para a realização da encomenda, Leonardo imaginou um mecanismo, uma espécie de estrado que se abaixava e levantava conforme a necessidade; ele também fez uso de suas próprias tintas, como fazia amiúde, ao invés de usá-las já prontas, como os outro artistas.

Essa mistura de tintas contribuiu, infelizmente, para a formação de escamas que acabou por arruinar toda a pintura, hoje conhecida apenas por um cartão; o mesmo aconteceu, ironicamente, com a obra de Michelangelo.

Leonardo escolheu como tema a batalha de Anghiari, na qual um estandarte é disputado a golpe de lança e a estocadas; os cavaleiros se atiram uns contra os outros num impulso incontido, e até os cavalos, soberbos animais no esplendor da vida, se entremordem furiosamente.

Pode-se sentir, quase, segundo os observadores, o cheiro forte de suas narinas resfolegantes e ouvir seus relinchos, ou então é o patear dos briosos corcéis.

Obra de arte de Leonardo Da Vinci


Leonardo soube envolver com sua maestria inigualável homens e animais no mesmo frenesi: já se disse, mesmo, que nesse quadro Leonardo associou a faculdade auditiva à visual, a fim de enriquecer ainda mais a impressão do espectador.

Michelangelo, ou Miguel Ângelo, ao contrário, preferiu tratar o mesmo tema de modo inédito: ventos um grupo de soldados que é surpreendido pela trombeta do alarma enquanto se banha num rio; assim, o artista apresenta uma sucessão magnifica de corpos desnudos, que exibem sua musculatura, transbordando de vida e beleza.

Embora elogiado por todos, Leonardo teve que ceder a palma da vitória a Michelangelo, pelo menos no juízo dos contemporâneos, o que magoou profundamente o pintor dos cavalos. Vale a pena ouvir o relato de Benvenuto Cellini sobre esse episódio singular:

"Esse esboço foi a primeira bela obra que Michelangelo mostrou de suas maravilhosas virtudes; e ele o fez em disputa com um outro que também pintava, Leonardo da Vinci; os esboços deveriam servir para a sala do Conselho da Prefeitura. Representavam a ocasião em que Pisa foi tomada pelos florentinos; e o admirável Leonardo da Vinci tinha escolhido mostrar uma batalha de cavalos em torno de uma bandeira; o que ele fez com mãos divinas. 
Miguel Ângelo Buonarroti, também conhecido por Michelangelo no seu esboço, apresentava um destacamento de infantaria que, por ser verão, se banhava no rio Arno; e nesse instante demonstra que o alarme foi tocado; e aquela infantaria desnuda corre para suas armas, e com tão belos gestos que jamais, nem entre antigos nem entre modernos, se viu obra que alcançasse tão elevada concepção; e isso ainda que o esboço de Leonardo fosse belíssimo e admirável".
Obra de arte de Michelangelo

Briga entre Michelangelo e Da Vinci

A inimizade entre Leonardo e Michelangelo, aliás, começou em Florença, foi continuar em Roma, e só terminou quando Leonardo partiu para a França, de onde jamais retornaria à sua Itália natal.

Como são comuns, aliás, na história da arte, e mais ainda na arte da renascença, tais amostras de ciúme e de rivalidade, mesmo entre os maiores artistas, justamente aqueles que parecem exceder a nossa medida ordinária!

Benvenuto Cellini, artesão encantador, é verdade, provido de mãos habilíssimas e de um gosto dos mais requintados, autor de obras-primas que despertavam admiração nos reis, vence de antemão essa disputa acumulando os elogios feitos a si mesmo no confronto com os demais artistas: a sua Autobiografia pulula de louvores dessa natureza; e com exceção do "divino Michelangelo", pouca gente merece o reconhecimento do temperamental Cellini, que além da oratória se provia de um arcabuz.

Nesse ambiente, por sua vez o escultor Sansovino fala mal de Michelangelo e, ao mesmo tempo, é censurado por Cellini porque falava muito bem de si mesmo; e o pintor Rosso Fiorentino desancava a reputação de Rafael a tal ponto que os discípulos deste último, profundamente ofendidos, queriam matá-lo a qualquer custo.

Rosso, porém, incorrigível difamador, ainda falava mal do arquiteto Antonio da San Gallo; também o escultor Bandinello detestava e invejava Michelangelo, ousando atribuir defeitos ao famoso Davi conservado hoje na Galleria Della Academia em Florença.

De quando em quando, em meio à intriga e à paixão, nem mesmo o arcabuz de Cellini bastava; e ele nos conta, magoado, que acabou perdendo uma grande encomenda do rei de França, Francisco I, graças a outro invejoso, o Primaticcio.

David, escultura de Michelangelo
Davi (ou David), escultura de Michelangelo

Resumo de Leonardo Da Vinci


Falaremos mais de Michelangelo no texto sobre Escritos de Leonardo Da Vinci.

A Gioconda (Mona Lisa) de Leonardo Da Vinci

Neste artigo da Biografia de Leonardo, vamos falar na que é provavelmente a obra de arte mais famosa e importante de todos os tempos, conhecida aqui no Brasil como Mona Lisa, originalmente do italiano Gioconda.

Mona Lisa - A Gioconda

Após voltar para Florença, veio um período na vida de nosso gênio que trouxe à luz, a Mona Lisa e o também o retrato de Ginevra Benci, única obra das mãos de Leonardo encontrada hoje fora do continente europeu, na Galeria Nacional de Washington.

Sobre a Mona Lisa se escreveu ainda mais que sobre a Ceia; porém, conto Gombrich afirma, ainda vale a pena tentar esquecer toda aquela bagagem de informações a fim de buscar uma impressão pelo menos um pouco original: quem se anima a fazê-lo?

Assim que foi concluída, a Mona Lisa começou a tornar-se objeto de lenda, sobretudo pelo fato de parecer encerrar em si mesma nada menos que a alma do próprio Leonardo; as afinidades entre o artista e o quadro são de fato tão profundas que nenhuma outra obra acentua melhor o que existe de feminino, embora não de afeminado no temperamento do artista.

Na Mona Lisa, pelo menos como pensa Gombrich, Leonardo conseguiu alcançar a plenitude de um corpo vivo, de uma alma que fala a outras almas através do corpo.

Outros pintores italianos tinham logrado reproduzir corpos perfeitos, é verdade, mas talvez nenhum tivesse conseguido dotá-los de uma alma vivente e, o que era ainda mais difícil, de uma alma poderosa e sensível o bastante para falar e ou-vir, interrogar e ser interrogada, como acontece com a Mona Lisa.

Nesse quadro, também, Leonardo levou à perfeição a sua arte do esboço, do célebre "esfumado", aquela misteriosa aurora ou luz crepuscular que seduz quantos a contemplam, mais ocultando que revelando a sua essência.

Somente essa aura, única em toda a história da arte, pode explicar como séculos inteiros da mais exaustiva interpretação por parte de especialistas e diletantes, e a indiscrição de mil olhos inclinados sobre ela a cada instante, não tenham privado a Mona Lisa de seus encantos.

A maestria inigualável de Leonardo faz lembrar, nesse quadro, a crença primitiva nos totens e nos invocadores de espíritos; e assim como os espíritos dos animais eram aprisionados nas pinturas rupestres pelas mãos que as tinham traçado, também a alma da Mona Lisa parecia cativa para sempre do gênio florentino que a criou.

Com a Mona Lisa, a fama de Leonardo no seu retorno a Florença cresceu rapidamente; toda a cidade passou a desejar obras do artista, ou melhor, obras que servissem para imortalizar a própria cidade, a orgulhosa flor da Toscana, aquele museu e santuário da arte, exposto ao ar livre às margens do rio Arno.

Consciente de suas próprias realizações, inigualáveis sob muitos pontos de vista, Florença se empenhava em fazer-se reconhecer por seus filhos, aquela admirável geração que tinha vindo à luz entre o nascimento de Dante Alighieri e o do próprio Leonardo.

A Mona Lisa bastaria, por si só, para resumir uma das biografias mais difíceis de toda a história: a do próprio Leonardo; talvez isso explique o fato de que ela tenha sido uma espécie de patrimônio pessoal do artista, que a levou consigo para a França e dela se desfez apenas na certeza de ter encontrado no rei Francisco 1 uma alma afim da sua própria.

Como quer que seja uma das culminâncias da biografia de Vasari- a mais original, pitoresca e bela que jamais foi escrita sobre Leonardo - é justamente a descrição da Mona Lisa: como empalidecem outros estudos, mais ricos, aliás, de informação erudita, porém menos dotados de vida, se comparados a este!

Como apreciamos o italiano de Vasari, vigoroso e conduzido, aliás, em ritmo de deliciosa conversação, belo ainda quando cotejado com o de Ariosto, Cellini, e até mesmo o do próprio Leonardo! Quaisquer que sejam os esforços da crítica e da historiografia, ou os rumos que tomem os estudos específicos e as "biografias definitivas", ainda por serem escritas, podemos afirmar que ninguém jamais poderá ultrapassar o venturoso Vasari na descrição dessa vida, uma das mais originais que o homem conheceu.

Embora ele mesmo pareça ter consultado as anotações do discípulo de Leonardo, Francesco da Melzo, Vasari sempre foi e continuará a ser a fonte última, serena e fecunda do nosso conhecimento acerca de Leonardo da Vinci.

O Quadro Mona Lisa (Gioconda)

Gioconda obra de arte de Da Vinci

Efeito esfumado (sfumato):

Efeito sfumato no quadro Mona Lisa


Vamos agora ver um verdadeiro duelo de gigantes, quem foi melhor: Michelangelo ou Da Vinci ?

Retorno de Leonardo para Florença

Após uma época de ouro em Milão, onde pintou a Última Ceia, nosso gênio precisa voltar para Florença novamente.

O Retorno de Leonardo

Os Sforza foram mecenas tão importantes, em Milão, quanto os Médici em Florença.

Embora a famosa carta de solicitação dirigida ao Duque Ludovico por Leonardo seja de conteúdo pragmático, visto que ele se apresenta como engenheiro e estrategista cujo serviço seria bastante útil às ambições políticas da casa Sforza, foi em Milão que Leonardo deu um impulso maior às suas notáveis faculdades artísticas, estimulado por aquele ambiente onde a nobreza vivia uma vida de "brilhantes pecados e refinados divertimentos", como diz Walter Pater.

Por um contraste freqüente na história da arte, foi em Milão, à sombra, por assim dizer, da grande catedral gótica construída por artistas vindos ele além dos Alpes, que Leonardo realizou a grande obra da sua maturidade artística, a legendária "Santa Ceia" do Convento de Santa Maria das Graças.

No seu processo de incessante refinamento, ele ainda pintou lá alguns de seus famosos retratos.

Porém a instabilidade política predominante em Milão, o choque de interesses dinásticos e a invasão francesa resultante dai, com a conseqüente queda da casa Sforza, tudo isso afugentou Leonardo e o fez retornar a Florença.

Leonardo Da Vinci Biografia
Florença no século XVI

Novamente Florença

Depois da queda dos Sforza e as agitações que se seguiram, Leonardo voltou para Florença.

Lá, ele foi agraciado pelo pintor Filippino Lippi, seu admirador, com com uma encomenda: era também uma pintura conventual, com o tema de Santa Ana e a Virgem.

Ao contrário de outros artistas, Filippino primava pela gentileza e o mais nobre desinteresse; ele apresentou Leonardo aos frades, como sendo capaz de bem realizar o trabalho.

Aqueles acolheram o grande artista no convento, oferecendo-lhe abrigo durante alguns meses, a ele e todo o séquito de discípulos que o acompanhavam. Embora apenas esboçado, como outras obras de Leonardo, e a principio exposto somente no ateliê, o quadro despertou tamanha admiração que:

  • "durante dois dias Florença inteira desfilou diante dele"

Toda a cidade se dirigia ao ateliè de Leonardo como para uma igreja, durante solenes festejos, o que causava maravilha, sobretudo, era a serenidade e contentamento com que a Virgem segura seu divino rebento no colo, assim como Santa Ana parece fazer com relação à própria Virgem.

O povo enxergava nisso uma espécie de manifestação miraculosa e digna de ser cultuada; e todo o continuo mereceu a mais graciosa descrição de Vasari, a qual termina com o:

  • "pequeno São João que brinca com uma ovelhinha e o faz dando ama risadinha"


É possível que essa reação do público, repetida muitas vezes, aliás, no caso de Leonardo, tenha inspirado aquela afirmação do próprio artista no seu Tratado da Pintura, de que a pintura fala diretamente ao espírito humano, sem exigir qualquer elaboração intelectual como no caso da poesia.

Esse apelo direto da pintura deverá sempre fascinar o espírito de Leonardo e levá-lo a dissertar apaixonadamente sobre o sentido da visão.

Entretanto, não deixa de causar estranheza o aparente desprezo de Leonardo pela poesia; porque ele mesmo compôs sonetos, e o Tratado da Pintura abunda em momentos da mais esplêndida poesia.

Agora vamos falar da obra de arte mais importante de todos os tempos, Mona Lisa (Gioconda).

Leonardo Da Vinci era Gay ?

Muito se fala sobre sexualidade hoje em dia, de qualquer pessoa, de qualquer meio do que for. De gênios e pessoas famosas, então, mais ainda.

Então, nesse artigo falaremos brevemente sobre o que se sabe em relação à orientação sexual de Leonardo Da Vinci, se era gay ou não.

Homossexual ?

Ainda é curioso observar o interesse dos grandes artistas da renascença, tais como o próprio Leonardo, Miguel Ângelo, Ben-venuto Cellini e tantos outros pela beleza masculina; se eles foram ou não homossexuais, não importa para este nosso estudo.

Mas o fato é que Vasari insiste nesse interesse por parte de Leonardo; notemos, apenas a titulo de ilustração, o que ele diz acerca de Salaíno, a principio contratado como um simples criado, mas que se tornou mais tarde o discípulo favorito de Leonardo:

  • "Tomou em Milão por criado a Salaíno, o qual era bastante lindo, cheio de graça e beleza, tendo belos cabelos que formavam caracóis; se comprazia muito dele, e lhe ensinou muita coisa".


Na Autobiografia de Benvenuto Cellini também encontramos amiúde a descrição de belos rapazes que ele conheceu em Roma, e dos deleites que eles lhe proporcionavam; um deles, chamado Diego, foi mesmo cuidadosamente travestido com roupas femininas pelo próprio Cellini e assim apresentado numa festa, para escândalo da alta sociedade romana.

Quanto a Leonardo, o biógrafo ainda cita outro seu discípulo, Francesco da Melzo,"cavalheiro e rapaz belíssimo ", senhor de hábitos principescos, que acompanhou o artista à corte de Francisco I, e noticiou com profundo pesar a morte do mestre.

Por fim, Leonardo ele mesmo, quando criança e adolescente, tem sua beleza elogiada com frequência pelo biógrafo. Ele e algumas pessoas próximas, homens, foram acusados diversas vezes de sodomia, mas nunca nenhuma acusação foi levada a adiante.

Leonardo sempre foi uma pessoa muitíssimo discreta e sigilosa, sobre quase tudo de sua vida pessoal. Suas únicas relações pessoas foram com alguns poucos pupilos, homens, e isso gerou muita especulação na história, inclusive por Sigmund Freud.

Podemos dizer, que muitas de suas obras, eram bem erotizadas, por assim dizer:
Da Vinci era gay ? Homossexual ?
Bacchus / John the Baptist" (1513/16)


E é tudo que sabemos.
Sem certezas, julgamentos ou achismos. Cada um decide.
Citamos o assunto e os fatos registrados acerca do mesmo, apenas por questão de curiosidade sobre a sexualidade do gênio Da Vinci, que muitos se indagam.

E cá entre nós, isso não importa em absolutamente nada. Continuemos.
Vamos retornar para o que é importante...vamos retornar para Florença com Leonardo.

Fonte: How do we know Leonardo was gay?

Última Ceia - História da Pintura de Leonardo da Vinci

Neste artigo, talvez um dos mais importantes dos site, vamos aprender sobre a obra Última Ceia, que retrata a Santa Ceia. Veremos como ela iniciou, seus problemas, atrasos, esboços e toda a história por trás desse famoso trabalho.

Estudar sobre a vida e obra de Leonardo Da Vinci, é ler sobre diversos assuntos e ao mesmo tempo (engenharia, artes, olho humano, literatura, anatomia, guerra...) pois a mente do gênio era inquieta.

No artigo anterior estávamos falando sobre Anatomia e Estudos Científicos, e sobre como esses assuntos iniciaram na vida de Leonardo.

Vamos pular drasticamente de assunto, e falar da Santa Ceia, pois era assim que a mente de Leonardo funcionava.

História da Pintura da Santa Ceia

Nessa mesma ocasião, Leonardo trabalhou em dois de seus retratos mais conhecidos: os das amantes de Ludovico, Cecilia Galerani e Lucrécia Crivelli.

A notável galeria ainda inclui os retratos de Beatriz d'Este, a esposa legitima do duque. Ainda demonstrando sua versatilidade e engenho, Leonardo realizou, a serviço dos Sforza, grandes trabalhos hidráulicos e mecânicos; ele empreendeu a construção de canais que não apenas serviram para estimular a navegação fluvial como também resultaram numa vasta rede de irrigação que fecundou a Lombardia e fez dela o celeiro da Itália.

Em termos artísticos, porém, a grande obra de Leonardo em Milão é a "Ceia". Apenas a "Gioconda" ou "Mona Lisa" recebeu mais atenção que essa obra; isso justifica, entretanto, aquela fina observação de Gombrich:

  • "Talvez não seja nenhuma verdadeira bênção para uma obra de arte ser tão famosa"


Porque sua reprodução desenfreada, em cartões postais, ilustrações de todo tipo, peças de propaganda, e até charges e caricaturas vio-lenta sua "aura", sua originalidade, roubando-lhe o caráter único e tornando praticamente impossível considerá-la com novos olhos.

Convém não esquecer que o excesso, e não a falta de informação, banaliza o nosso gosto contemporâneo e dificulta a formação de bons críticos de arte. Berenson foi um dos últimos, aliás.

A história da Ceia, entretanto, é cercada de episódios curiosos e ilustrativos do temperamento de Leonardo: o esboço final do quadro já era visto como miraculoso; o pintor chegava de manhã bem cedo ao Convento de Santa Maria das Graças, dos padres dominicanos, e permanecia absorto em seu trabalho até o anoitecer.

Também ocorreram desentendimentos entre Leonardo e o prior dos dominicanos, do mesmo modo como entre Miguel Angelo e o Papa Júlio II a respeito da Capela Sistina.

Indignado com a demora na conclusão do quadro, e com aquilo que lhe parecia negligência e puro ócio na atitude de Leonardo, o prior deu queixa ao duque; este advertiu Leonardo que não apenas apresentou uma prolongada explicação ao duque, o que não era seu costume, mas ainda ameaçou por sua vez colocar a cabeça do pobre prior no corpo de Judas - este era quase o único detalhe que ainda faltava; também estava incompleta a cabeça do Cristo.

O duque riu diante da ameaça, e concedeu a Leonardo todo o prazo de que ele precisasse; finalmente o artista encontrou a fisionomia que procurava, num bairro mal afamado da capital, o Borghetto.

Vasari conta que a Ceia tornou-se logo um centro de atração para milaneses e forasteiros; o momento escolhido por Leonardo - quando a traição de Judas é revelada - era carregado de tensão; e a suspeita parecia instalada no coração de cada um dos discípulos:


  • "Por isso se vê no rosto de todos eles o amor, o medo e o aborrecimento, ou melhor, a dor por não poder compreender o pensamento de Cristo. E isso não provoca menor maravilha que o reconhecimento do ódio, da obstinação e da traição de Judas, assim como do fato de que nem sequer o menor detalhe da obra deixa de exibir uma incrível diligência".


Apenas essa diligência, aliás, ou seja a busca incessante da perfeição, explica a demora da conclusão da obra, e a explicação de Leonardo ao duque, de que era difícil encontrar a cabeça ideal para as duas personagens mais importantes do sublime drama: Judas e o Cristo.

Pintura "A Última Ceia"

Quadro da Santa Ceia


Esboços e Estudos para Santa Ceia

Antes da obra final, Leonardo fez alguns estudos, pesquisas e esboços, que deram origem à famosa pintura:

Esboço da pintura Última Ceia
Apóstolo
Rosto de Jesus no quadro Santa Ceia
Esboço do rosto de Jesus Cristo

Ceia de Leonardo da Vinci
Esboço do rosto de Filipe
Pintura de Judas
Judas

Próximo artigo: Homossexualismo de Da Vinci


Mais fontes:
http://www.lairweb.org.nz/leonardo/supper.html